Tudo

Aos poucos, com o passar dos anos, nós conseguimos enxergar, finalmente, do que somos feitos.
Por muito tempo, acreditei que fosse inteira tristeza, toda dor.
Já falei pro mundo inteiro ouvir que em mim só tinha amor.
Até meu excesso de vírgulas foi algo que acreditei me definir.
As palavras então, também tiveram a sua fase.
Não que eu seja volúvel, só tinha dificuldade de me definir.
A cada hora, algo me faltava.
Sentir essas faltas me corroía por dentro.
Eu não entendia. Mesmo. Era impossível saber o que eu precisava.
Hoje eu sei. Eu queria tudo. Quero tudo.
Tudo que me couber, que me for de direito.
Tudo que eu conquistar com os meus próprios esforços.
Não admito que me tirem nada. Nem mesmo os meus sorrisos.
Não admito que me façam acreditar em algo e simplesmente não cumpram.
Eu brigo por isso. Brigo por tudo.
Porque sou feita de vontades inteiras.
Sou feita de pedaços inteiros.
Migalhas à quem for feito de migalhas; à mim, não.
À mim, tudo.
Nem mesmo o meu silêncio cala as minhas necessidades. Tem outras formas de expressar.
É só querer ver. Nem todo mundo quer.
Hoje eu sei do que sou feita.
Sou feita dos meus sonhos, dos meus amores, dos meus inimigos, das minhas dores, da tristeza absurda que me acompanha, sou feita dos meus pesadelos, dos medos, das vontades.
Sou inteira.
Feita de tudo.
Feita de mim mesma, literal e figurativamente.
 
 

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